terça-feira, outubro 30, 2007

Paphiopedilum sukhakulii fma. aureum









Esta é a forma albina da espécie, chegou em botão por isso apresenta alguns danos ligeiros na flor. Mesmo assim recuperou bem do choque, a flor é bastante grande e muito linda. Há-se sair mais perfeitinho para o ano (se ele gostar de estar por cá...), mas na verdade não há lugar para grandes melhoramentos, não se pode pedir muito mais eheh

Paphiopedilum sukhakulii











Floração de Fevereiro deste ano, a plantinha está neste momento com dois rebentos ainda pequenos.

Este paph cheio de sardas foi descoberto relativamente recentemente, em 1964 - veio no meio de uma importação de Paph. callosum destinada a um produtor alemão. A sua descrição foi publicada no ano seguinte, em 1965, e o nome engraçado vem do nome do produtor tailandês que exportou a planta, o sr. Prason Sukhakul.

As suas flores grandes, principalmente as pétalas largas e cheias de sardas vistosas, e também a facilidade de cultivo levaram rapidamente à sua utilização na produção de uma nova geração de híbridos tipo Maudiae - se repararem vão encontrá-los com frequência à venda nas grandes superfícies comerciais e viveiros.

Na natureza, cresce em solos arenosos e ricos em húmus, em florestas, normalmente próximo de cursos de água. Precisa por isso de protecção da luz directa, boa humidade e um substrato com boa drenagem. O meu é mantido razoavelmente húmido no verão, bastante mais seco no inverno, e regado com água destilada.

segunda-feira, outubro 29, 2007

Retrato de família

Da esquerda para a direita: Gastrochilus sororius, Gastrochilus obliquus e Gastrochilus japonicus. Para o ano a família ainda há-de crescer mais um bocadinho...

Gastrochilus obliquus









O último dos meus palhacinhos a florir este ano, e tão bonitinho quanto os outros! e bastante generoso também, assim é que eu gosto deles eheh

Como todas as espécies do género, também é asiático (Himalaias, Tailândia, Burma, Vietname, Laos e sul da China), de altitudes entre os 800 e os 1400 m. Tenho-o montado em cortiça no mesmo local onde estão os outros, e mantenho o mesmo regime de regas e fertilização.

quinta-feira, outubro 25, 2007

Paphiopedilum spicerianum














Este bonitinho vem da Índia, e mais recentemente foi também encontrado em Burma. Floriu pela primeira vez na Europa em 1878 para Robert Spicer, que lhe deu o nome e o vendeu à família Veitch, famosos comerciantes de orquídeas do séc. XIX. O seu maior rival, Frederick Sander, mandou os seus 'caçadores de orquídeas' à procura dele, e assim chegou esta espécie ao Reino Unido (e foi vendido em leilão um carregamento de 40.000 (!!!) exemplares deste paph vindos de Assam). Foi muito importante na fase inicial de produção de híbridos, e continua na actualidade a constar da árvore genealógica de muitos híbridos complexos.

É uma plantinha que cresce bastante bem no nosso clima, apesar de ser considerado de temperaturas frescas. No habitat, encontra-se na base de árvores, frequentemente protegido da luz por fetos, com as raízes enterradas em húmus e musgos altos - aprecia portanto uma boa humidade e protecção da luz directa. Mas pelo que li e vejo, é uma espécie extremamente adaptável e cresce e floresce fácil e regularmente, desde que repouse no inverno com redução de regas e uma ligeira diminuição da temperatura.

As dorsais sairam um pouco rebeldes este ano, costumam ser mais simétricas. Mas até acho que ficam engraçadas, dão mais carácter à flor. E reparem só no espectáculo do estaminódio! para mim, é um dos mais bonitos, e até talvez o mais invulgar dentro do género.

Paphiopedilum appletonianum (fma. immaculatum)



















A variedade aureum é uma designação horticultural para descrever formas hipocromáticas desta espécie que surgiram no cultivo, ou seja, não são descendentes de plantas albinas encontradas na natureza. Há uma forma albina do Paph. appletonianum que foi descrita, a fma. immaculatum, e essa sim é proveniente de uma recolha no habitat. Aliás, esta planta específica é o resultado da propagação selectiva de clones hipocromáticos (ver aqui a história dela contada pelo produtor a quem a comprei).

Esta flor é das que fazem parar o trânsito, linda de morrer!!! Apropriada para inaugurar oficialmente a estação dos paphs aqui no pedaço eheh, muitas estreias se avizinham...

segunda-feira, outubro 22, 2007

Gastrochilus sororius


Este lindinho está na segunda floração do ano, a primeira foi no início da primavera e menos abundante.

É originário da Ásia (Bornéu, Java, Filipinas, Sumatra e Sulawesi), de altitudes abaixo dos 1550 m. Tem bastantes semelhanças com uma outra espécie do género, o Gastrochilus calceolaris, distinguindo-se dele principalmente pelo tamanho da planta, que é mais pequena no sororius.

É borrifado diariamente (de dois em dois dias no inverno), tem boa luminosidade indirecta (mais ou menos uma hora de sol no outono e inverno), e adubado de duas em duas semanas durante o crescimento activo.

Stenoglottis cf. longifolia


A identificação é minha, a planta foi comprada sem nome num hipermercado (por 5 euros! foi um achado eheh). Pelas fotos parece-me pelo menos próxima da longifolia, também pode ser um híbrido dela...
O género conta com apenas quatro espécies, todas oriundas do este e sul de África. A Stenoglottis longifolia vem das florestas da África do Sul, e é litófita ou epífita, menos frequentemente terrestre. No habitat passa por um período de dormência invernal, durante o qual perde as folhas (a minha não as perde completamente, embora eu praticamente não a regue no inverno). Tenho-a num vaso de barro com substrato standard para orquídeas, e deixo-a secar entre regas durante o crescimento activo. A luz é indirecta, com uma ou duas horas de sol diárias da parte da tarde.

Não sei se foi por o verão ter sido pouco quente, este ano ela só fez uma haste - costumam ser três ou quatro. Em contrapartida fartou-se de dar filhotes, pode ser que para o ano tenha um vaso cheio de flores!

Bulbophyllum moniliforme











Florzinhas!!!! pena que durem pouco tempo, ao terceiro dia já estão a murchar... mas como são uma série delas compensa, ainda vai ficar em flor um tempinho!

terça-feira, outubro 16, 2007

Macroclinium manabinum








Este é realmente uma mini-jóia (e é mesmo pequenino, o pau onde está montado mede apenas 14 cm), delicadíssimo! Parece um candelabro de casa de bonecas, e a plantinha é uma loucura também, uns lequezinhos roliços eheh

O género Macroclinium pertence à subtribo Oncidiinae. Esta espécie é oriunda das florestas tropicais secas de baixa altitude do oeste do Equador - mas como as raízes são muito finas e os pseudobolbos quase inexistentes, ele aprecia ser mantido relativamente húmido. No verão tenho-o dentro de uma caixa de plástico aberta com esfagno húmido no fundo, e mesmo no inverno por vezes deixo-o lá durante o dia também, se me parece que está a desidratar. A luz é indirecta mas clara durante quase todo o ano, com alguma incidência directa no inverno.

Masdevallia strobelii

Mais uma recém-chegada que vinha em botão, infelizmente perderam-se dois... mas lá se aguentou uma flor, e é mesmo espectacular! A forma é elegante e invulgar, as cores lindas, muito claras e limpas, e depois o interior das sépalas que parece ir desfazer-se em água se lhe tocarmos... e parece que também faz florações abundantes, vamos ver para o ano eheh

É originária das florestas do sudeste do Ecuador, onde cresce próximo das copas das árvores, necessitando por isso de boa luz - e é mais uma Masdevallia que aprecia temperaturas um pouco mais elevadas (está aqui uma ficha de cultura muito completa para esta espécie).

domingo, outubro 14, 2007

Cymbidium erythrostylum



Este é um top model dos cimbídios, fica sempre bem nas fotografias eheh
Uma das poucas espécies do género que cresce em temperaturas mais amenas, pelo que é uma boa escolha para o cultivo no interior. Para além disso, embora ocupe algum espaço até nem fica muito grande, e é fácil de cultivar. É endémico do Vietname, de altitudes até aos 1500 m, onde cresce como planta epífita, terrestre ou litófita. Os verões são quentes e chuvosos, os invernos mais secos e frescos e com dias mais claros.
Cultivo-o com substrato standard para orquídeas, e rego-o quando a superfície do substrato está bem seca, com redução de regas e aumento da exposição solar no inverno. Era suposto ser perfumado, mas o meu não tem perfume nenhum...

quarta-feira, outubro 10, 2007

Restrepia cf. tsubotae


A identificação é minha, ela foi comprada como Restrepia dodsonii - e parece que não fui a única a receber esta planta trocada! (ver aqui).

Estas flores são mesmo cómicas, parecem druidas saídos de um livro do Astérix eheh. A espécie é originária da Colômbia, onde cresce a cerca de 600 m de altitude - não necessita, portanto, de temperaturas muito baixas, ao contrário da maior parte do género. É uma plantinha vigorosa, produziu bastantes folhas desde que a comprei, mas é preciso ter cuidado com a falta de circulação do ar pois é facilmente atacada por fungos. Tenho-a num sítio com luminosidade média, sem luz directa, e está montada numa plaquinha de feto arbóreo - mas talvez a ponha num vaso, não sei se não estará a secar demasiado rápido...

Tenho que descobrir mais algumas destas que se aguentem com os nossos verões quentes, as flores são mágicas!

terça-feira, outubro 09, 2007

Gastrochilus japonicus



















As florzinhas coloridas deste género fazem-me sempre lembrar uns palhacinhos aos saltos eheh, são mesmo engraçadas.

Originário de Taiwan e, como o nome indica, do Japão, cresce em florestas de coníferas, nos ramos de uma espécie de pinheiro (o seu nome popular japonês significa 'orquídea amarela do pinheiro'). A luz que recebe é filtrada pelas copas das árvores, por isso não deve ser exposto a uma luminosidade muito forte, e aprecia verões quentes e húmidos e invernos mais frescos e com redução de regas. Era suposto ter um perfume cítrico, mas a mim cheira-me... a borracha! bem, podia ser pior...
Tenho algumas espécies de Gastrochilus, e parecem-me todas pouco problemáticas e facilmente adaptáveis ao nosso clima, dando flores pelo menos duas vezes por ano - aliás, acho que ainda 'preciso' de mais um ou dois, gosto mesmo deles!

Paphiopedilum helenae
























Este é uma das mais pequenas espécies do género, tanto de flor como de parte vegetativa. Foi descoberto no Vietname apenas em 1995, e a sua descrição foi publicada no ano seguinte. Habita em zonas relativamente expostas, formando colónias nas saliências de penhascos calcários. É uma espécie com bastante variação a nível da cor, que pode ir do amarelo até ao castanho claro - ficando nesse caso mais próximo do Paph. barbigerum, com o qual aliás apresenta bastantes semelhanças.

É regado com água da torneira repousada e adubado ligeiramente duas vezes por mês. Recebe cerca de três horas de exposição directa nesta altura (um pouco mais no inverno), mas baixo os estores quando o sol está muito forte. O substrato é uma mistura de casca de pinheiro fina, carvão, areão e esfagno.

É uma plantinha bastante vigorosa e faz muitos rebentos. Já estou a imaginá-lo daqui a uns anos todo enfeitado com uma série de mini-paphs eheh, é mesmo girinho! Mas muito difícil de fotografar por ser tão reluzente...